Carta Rio: documento levará demandas locais à Cop 30
A sociedade civil carioca terá um papel decisivo na construção da Carta Rio, um documento que irá consolidar as metas, propostas e necessidades da população para serem apresentadas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém.
A iniciativa faz parte dos Diálogos Locais, eventos paralelos que ocorrerão simultaneamente ao Local Leaders Fórum. Enquanto o Fórum recebe chefes de estado e líderes globais para debates de alto nível, os Diálogos abrem espaço para a participação direta da comunidade, garantindo que as perspectivas e desafios do cotidiano do Rio de Janeiro cheguem à mesa de negociações internacionais.
“A Carta Rio não é apenas um relatório; é a materialização da voz popular. Queremos garantir que as soluções pensadas nas comunidades e nos bairros do Rio não sejam esquecidas quando os grandes líderes se reunirem,” explica a secretária de Meio Ambiente e Clima, Tainá de Paula. “A Carta é o elo que conecta o ‘chão de fábrica’ das políticas locais à agenda global da COP30.”
O que é a Carta Rio?
A Carta Rio será um compilado oficial que reunirá todos os pontos centrais debatidos nos Diálogos Locais. O documento tem como objetivo traduzir as discussões sobre desenvolvimento sustentável, justiça social e adaptação climática em ações e demandas concretas, com foco especial nas realidades urbanas e sociais do Rio.
A organização dos Diálogos Locais sublinha que a legitimidade do documento reside na diversidade e no engajamento dos participantes. Moradores, ativistas, acadêmicos, ONGs e representantes de movimentos sociais são convocados a inscreverem suas propostas e visões.
Por isso, a participação popular é vista como essencial para que a publicação reflita de fato as urgências locais, como questões de mobilidade, saneamento, combate às desigualdades e resiliência urbana frente a eventos climáticos extremos.
A expectativa é que, ao final dos eventos, a Carta Rio se torne um referencial de como as grandes decisões globais sobre clima e sustentabilidade podem e devem ser informadas pelas necessidades e saberes que nascem no nível local.